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domingo, 11 de julho de 2010

Apaixonante discussão em meio ao Holocausto




Existem pessoas que são suficientemente convidativas para que tenhamos vontade de ir ao cinema. Kate Winslett é um típico caso desses. Com típica atuação espetacular, no filme O LEITOR, não é diferente.

No longa, cujo clímax ocorre durante a reestruturação da Alemanha pós Segunda Guerra Mundial, Winslett interpreta Hana, uma durona, não menos sensual, funcionária pública e ex-agente da SS Nazista que se apaixona por um jovem de 15 anos . O romance e o sexo entre Hana e apaixonado Michael Berg (David Kross) acontece durante todo o verão, porém Hana só se entrega ao Michael quando ele lê obras clássicas da literatura para ela, por isso a razão do nome do filme (inspirado no romance homônimo, de Bernhard Schlin).

A trama não se resume apenas no romance proibido entre Hana e Michel. O longa fica mais interessante quando - sem avisar - ela some sem deixar pistas e o garoto sofre e amadurece. Passam-se os anos e agora ele é um estudante de direito. Orientado por um dos seus professores ele e seus colegas vão acompanhar o processo de ex-oficiais da SS que estão sendo julgadas pela morte de prisioneiras judias. E sentimentos que ele achava que estavam no passado voltam para lhe assombrar, pois Hanna está sendo julgada pelos crimes anti-semita.

A partir daí, com a falta de linearidade temporal que um filme dessa época sugere, demonstrando passado/presente, causa/conseqüência, ele consegue abrir todas as discussões éticas que vêm dessa época e os traumas decorrentes.

Vale uma sugestão para apaixonados por um bom cinema, com fotografia muito convincente, ótima ambientação e atuações fantásticas, principalmente por parte de Winslett e Kross.

Não é o típico filme que trata do holocausto para ganhar premiações, e sim por levantar a questão: Michael deve intervir no caso e depor a favor de Hana? Mas há ainda outra questão: ficar quieto durante o julgamento não é ser tão conivente como foram os alemães que sabiam o que era a fumaça preta que saía dos campos de concentração e nada faziam?

Romance apaixonado e apaixonante em meio às polêmicas do holocausto é uma velha receita fílmica. Porém, no caso de O LEITOR, há um novo tempero digno de premiações: um tempero à La Kate Winslett.

2 comentários:

  1. O figurino estava perfeito, mas ninguém repara nessas coisas!
    Concordo com você e também acho que não é um típico filme sobre o holocausto, adorei o filme, mas o final pra mim foi frustrante.

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  2. O figurino foi fantástico e ajuda na ambientalização. Temos que falar sim! Imagina um filme como PIAF ou CHICAGO com figurino ruim?
    O figurino faz parte da direção de arte: é fundamental!
    O final é frustante e chocante, não?
    Valeuuuuu Pierre!!!
    Bons filmes...Grande Abraço!

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