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sábado, 26 de junho de 2010
Indicações para aprendizes
Estabelecendo uma comunicação com estudantes de publicidade e propaganda, o autor Carlos Domingos apresenta uma linguagem acessível, prática e com temas pertinentes aos futuros profissionais de comunicação publicitária, tratando desde como se portar numa entrevista de emprego, como formalizar um portfólio e sobre processo criativo.
Como todo autor completo, Carlos Domingos inicia sua obra com uma apresentação do contexto do livro. No caso, essa introdução é sobre a propaganda criativa (“Por que existe a propaganda criativa?”) que ocorre, no Brasil, por volta dos anos 60, período no qual já não se fazia necessário informar apenas, afinal os produtos tornaram-se praticamente iguais, tanto no preço como na qualidade, abrindo espaço para comunicação persuasiva e encantamento do público-alvo. Segundo ele, “só o Estadão de domingo traz em média 6 mil anúncios. Para se destacar nesse caos, uma propaganda precisa ser impactante, diferenciada e memorável”.
Para ilustrar suas análises, o autor coloca em sua obra várias propagandas impressas do século passado, com as produções de Washington Olivetto quando estava na DPZ e alguns anúncios da DM9.
Outro capítulo interessante e que mostra o lado humorístico do autor é quando ele cita o perfil que o profissional deve ter para trabalhar em criação (“Você tem perfil para trabalhar em criação?”). Segundo Domingos, é preciso disposição para trabalhar, devido à demanda de trabalho de uma agência; é importante estar bem informado, afinal criação é uma área é uma das áreas que mais trabalha com informação, sobretudo para criar muito e rápido é preciso ter inúmeras referências; é importante ser curioso para que se entenda todos os universos e observar detalhes despercebidos; é necessário saber escrever para se comunicar de maneira eficaz em reuniões e não desrespeitar a gramáticas nas peças; além de ser sociável e saber lhe dar com pressão, o criativo deve apaixonar-se pelos produtos, uma vez que “você só vai convencer alguém a comprar um produto se estiver convencido do que ele vale a pena”.
Sobre o capítulo “Montando a pasta”, o autor sugere uma série de orientações pertinentes sobre a confecção de um portifólio, sobretudo como pegar revistas conhecidas e fazer peças fantasmas. Além disso, Carlos sugere algumas orientações sobre o comportamento de um estudante que está pleiteando uma vaga de estágio. Segundo Domingos, é preciso humildade (ninguém vai roubar sua idéia), apresentar peças fantasmas (é preciso estar visível sua capacidade) e ser pontual (o estudante pode ficar esperando, o entrevistador, não).
Posteriormente, o livro passa para a parte do dia-a-dia de uma agência, iniciando seu capítulo com a relação Atendimento e Criação. No caso, ele sugere que o criativo deva chamar o atendimento para conversar inicialmente, assim entenderá toda necessidade do anunciante. Se for possível, é interessante que o criativo acompanhe o atendimento na reunião com o cliente.
Quanto às peças publicitárias, o autor fala de títulos, textos e dos meios. Em todo o conteúdo do livro fica claro a preocupação que ele tem com a língua portuguesa e com a bagagem criativa que o autor deve trazer consigo. Além disso, ele sugere que para a confecção dos textos, o melhor caminho é o uso de palavras curtas, frases curtas e parágrafos curtos, sendo ideal produzir um argumento como se você estivesse sugerindo o produto/marca/serviço/solução a um amigo. Outro ponto fundamental é o encadeamento das frases, na qual uma começa onde termina a anterior, havendo seqüência lógica.
Outro ponto interessante são as páginas com análises de propagandas reais, nas quais ele apresenta o cliente, a época e faz suas considerações.
Além dessas observações, Carlos Domingos propõe debates atuais sobre o anúncio de hoje em dia (usa-se mais texto ou imagens), como manter uma agência, dentre outros, porém, chama muito atenção e é muito pertinente quando ele afirma que na nossa área nada é como receita de bolo, ou seja, vai dar tudo 100% certo, ou seja, não siga todas as regras à risca, afinal é preciso fechar o livro e olhar para dentro de si mesmo e achar suas habilidades.
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