Pesquise

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Uma lembrança pós Fest´Up



Depois do intenso final de semana na FAAP, São Paulo, o Fest´Up (Festival Universitátio de Propaganda) ainda permanece na nossa cabeça.

O evento, como sempre, foi incrível. Nesta 22ª edição, no sábado, tivemos conteúdo de Agência com LewLara/TDMA, Dupla de Criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi, Atendimento da JWT e Produção da O2 Filmes. No domingo, Marcelo Reis, mineiro de BH, fala da DM9DDB e a competente Bartira Pontes fala sobre Mídia Dital e Interatividade. Pela tarde, a Rítmika teve o conteúdo de produtora de Som e a Bullet, com Mentor Muniz foi sobre Agência de Promoção e seu conceito de Talkability.

Como é de praxe, vários cases são levados em dicussão. Alguns já vistos, como é o caso do Gorilla da Cadbury. Então, resolvi analisar:

As discussões sobre o resultado de um campanha publicitária são inúmeras. Uns dizem que a premiação é o fator de sucesso, enquanto outros afirmam que o importante é fazer aumentar o faturamento do cliente/anunciante ou o buzz consequente. No caso da campanha Gorilla para a Cadbury, premiada como Leão de Ouro em Filmes de Cannes de 2008, a falta de consenso dos publicitários ainda é polêmica.

A Cadbury estava em cenário difícil para qualquer empresa: estágio de Declínio para seu principal produto, a marca era vista como velha e as vendas beiravam o fracasso.
Diante disso, a agência Fallon quebrou barreiras, gerou entretenimento, viralizou um conteúdo e fez um dos filmes mais discutidos do ano. Imagina só, um gorilla, tocando bateria ao som de “In the Air Tonight”, com uma expressão digna de Oscar e um plano de fundo roxo para vender chocolate. A simplicidade e a aparente falta de coerência fizeram um grande sucesso que superou as expectativas, tanto nos views do Youtube quando TrendTopics do Twitter.

A peça eletrônica, de 90 segundos foi feita para TV e Cinema, porém o grande benefício é a distribuição que a rede de internet possibilitou. No caso, a produção é digna de um curta-metragem, sobretudo quando verificamos que a fantasia utilizada foi do gênero animatronic, que necessita em muitas vezes de 3 pessoas ou mais para movê-la. Uma com a roupa, outra com um controle e a outra servindo de assistente. Os movimentos são feitos pela pessoa que leva a fantasia e os movimentos da face são realizados pelo controle.
De qualquer forma, a proposta é muito bem conduzida, visto que não há mudança de cenas, portanto não houve investimento em edição de cena, apenas sonora.
O modo de dirigir é bem preparado, iniciando a cena com câmera no “respirar do ator”, focando sua compenetração, gerando curiosidade (aspecto fundamental em propaganda).

Além disso, o conceito representado pelo filme é simples: não há racionalidade ou explicação, apenas se divirta. Por isso, considero um grande case no nosso universo de propaganda, pois gerou conteúdo, o alcance midiático foi impulsionado pelas novas ferramentas da internet e o resultado foi fantástico para o anunciante. Propaganda é isso: entretenimento, diversão e sedução.
Se houver um espaço para uma análise mais minuciosa, podemos considerar que o anúncio faz uma ilustração da embalagem: o plano de fundo é roxo como a embalagem do produto, o macaco é escuro, assim como o chocolate e a bateria pode referenciar ao prazer de consumir o alimento.
Vender a proposta, sem muita coerência aparente deve ter sido difícil. Valeu a Cadbury ter apostado na produção e no conceito que ultrapassou as fronteiras da Europa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário