Pesquise

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Seja honesto comigo mesmo




Uma das maneiras de você avaliar a receptividade do público diante de uma estréia de cinema é ouvindo os comentários sobre o longa no final do filme e nos corredores de saída do cinema. No caso de PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM, as críticas são injustas: “Péssimo, horrível”, “Onde já se viu macaco andando daquele jeito”, “Macaco falando...nem em circo”. Comentários injustos porque o público não é honesto consigo mesmo. Veja só: na entrada do Cinema, na fila da bilheteria, tem um grande cartaz em que se pode ver o triunfo de um macaco. Isso já sugere um longa de ficção científica. Além disso, na nossa sociedade extremamente interligada e conectada, quem não ouvir falar de PLANETA DOS MACACOS, série de ficção científica de sucesso em 1968, poderia pesquisar sobre o longa antes de ir aos cinemas para conferir a novidade, o reboost (refilmar, reinventar , reciclar, recomeçar franquias de sucesso do passado para os cinemas da atualidade).

O novo PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM é uma ótima refilmagem, cheia de novidades tecnológicas, enredos clássicos e reflexões atuais. A grande diferença dessa versão é pela troca dos atores fantasiados de chipanzés por efeitos tecnológicos super sofisticados e alta tecnologia. Às vezes você vai se confundir se o primata é real ou fruto da tecnologia da indústria cinematográfica.

O longa basicamente se desenrola de acordo com a evolução emocional de Cesar, o chipanzé protagonista do filme. Sua trajetória começa quando o cientista Will Rodman (James Franco) é surpreendido por um acidente e vê sua pesquisa em terapia gênica ser desativada. Com isso, todos os macacos que servem de cobaia de experiências no laboratório são sacrificados e Will decide salvar um bebê chimpanzé e levá-lo para casa. Tem início aí uma ligação de afeto entre o cientista e o macaco , que é chamado de César e criado como se fosse um filho. Mas a relação entre os dois é abalada depois que Will é obrigado a mandar o macaco para um abrigo, onde passa a viver confinado com outros primatas. Lá, César usa sua inteligência extraordinária, resultante dos experimentos de laboratório, para planejar uma fuga coletiva.

É muito interessante a construção do longa pela percepção de Cesar e que apesar de falar uma só palavra (já parece muito, não?), tem comportamentos muito contundentes. É quase animal companheiro e tranqüilo, mas que pode explodir em segundos.
Do núcleo de seres humanos, destacaria a atuação de John Lithgow. O ator dá vida ao pai de Franco, que interpreta muito fidedignamente o Mal de Alzheimer. Da cena da fuga dos macacos, destacaria a batalha na Golden Gate. É uma aula de estratégia e táticas de guerra. Tudo com muita tensão.

E justiça seja feita, trata-se de uma boa indicação, com ótima opção para entretenimento e boas reflexões pós-longa, com destaque para a questão da humanidade x selvageria, coletivo x individual, honra, lealdade e raça.


Nenhum comentário:

Postar um comentário