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quarta-feira, 20 de abril de 2011

A vítima da rotina nacional



O profissional de publicidade e propaganda é considerado uma das piores mazelas da sociedade contemporânea. Obesidade infantil, incentivo à inadimplência, falta de crédito, entre outras conseqüências na sociedade são atribuídas a ele.

Algumas críticas a esse profissional têm origem em alegações mal fundamentadas sobre a profissão ao qualificá-la como imoral ou antiética.

Antes de qualquer coisa, é preciso entender o conceito dos termos. Segundo a filosofia e antropologia clássicas, “moral” se refere ao grupo social, ou seja, são as atitudes e interpretações de mundo em que o indivíduo é julgado dentro de um grupo no qual pertence. Esse julgamento se relaciona à cultura. O conceito de “ética”, entretanto, refere-se à legislação, ou seja, são as determinações jurídicas e normas que regem à população e os profissionais de propaganda.

Além da constituição, podemos destacar órgãos que regulamentam e punem nossa atuação profissional, como CONAR, CENP, APP, ABA, Grupo de Mídia, entre outros.
É preciso salientar também que o publicitário tem uma formação humanística, ou seja, ele trabalha com uma ferramenta da comunicação social. Assim, já tem por convicção e juramento, seu dever de contribuir com a evolução da humanidade.

Dessa maneira, a ética do publicitário não é um item de escolha. Ética é dicotômico: ou tem ou não tem. Portanto, a pergunta “até que ponto chega a ética do profissional ao avaliar um projeto relacionado ao terceiro setor” não tem sentido, uma vez que “ética” não é item que possui níveis de avaliação.

É evidente que, no cenário em que vivemos, os projetos de comunicação e marketing envolvidos com o primeiro e terceiro setores são fontes geradoras de “caixa dois” e corrupção porque alguns indivíduos atuam de maneira antiética. Indivíduos esses que não são apenas publicitários, mas também cientistas políticos, profissionais de serviço social, proprietários de empresas, profissionais liberais e públicos.
Por fim, criticar o publicitário simboliza esta hipocrisia que permeia a rotina nacional por não perceber que o problema é maior, chegando às esferas públicas.

Texto produzido com auxílio de Juliane Shizuko.

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